Vulnerabilidade ambiental das Terras Indígenas da Amazônia Brasileira é discutida em artigo
O periódico Environmental Science & Policy trará a publicação do artigo Environmental vulnerability assessment of Brazilian Amazon Indigenous Lands (Avaliação da vulnerabilidade ambiental das Terras Indígenas da Amazônia Brasileira) por pesquisadores do INPE.
O artigo organizado por Ana Roraro (DIIAV), Maria Isabel Escada e Gilberto Câmara (DIOTG), além de pesquisadores no exterior: Michelle Picoli (egressa PGSER/INPE; Universidade Louvain, na Bélgica) e Judith Verstegen (Universidade Wageningen, na Holanda) traz uma análise de vulnerabilidade ambiental das Terras Indígenas da Amazônia por meio de indicadores cuja construção se baseou no marco conceitual sobre vulnerabilidade definido pelo IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change – Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas). O resumo do trabalho é apresentado a seguir:
As Terras Indígenas da Amazônia (TIs) são sistemas humano-ambientais que enfrentam uma infinidade de ameaças ambientais. No entanto, a vulnerabilidade resultante desses sistemas ainda é desconhecida. Adotamos a estrutura teórica de vulnerabilidade do IPCC para avaliar a vulnerabilidade ambiental das TIs da Amazônia brasileira por dois períodos (2001-2010 e 2011-2019) e no geral (2001-2019). A vulnerabilidade é considerada uma função da exposição (EX), sensibilidade (SE) e capacidade adaptativa (AC) de um sistema a ameaças. Os indicadores de sensibilidade (ameaças dentro de TI) e exposição (ameaças em zonas de amortecimento de TI) são mudanças na cobertura florestal, atividades econômicas e acesso rodoviário, quantificados usando dados de desmatamento, degradação florestal, uso da terra, incêndio, estradas e mineração. Os indicadores de capacidade adaptativa representam a auto-organização indígena, educação e acesso ao conhecimento, propriedade da terra, receitas externas e arranjo institucional. Encontramos concentração de TIs com alta vulnerabilidade no Arco do Desmatamento e Sul, e avançando nos estados do Pará e Roraima. Uma forte relação (Spearman r = 0,79) entre EX e SE indica a forte pressão exercida por processos externos. Um aumento no EX (73,9% das TIs) e no SE (64,8% das TIs) em 2011–2019 em comparação com 2001–2010 sinaliza um aumento preocupante da vulnerabilidade recentemente. Aconselhamos a adoção de políticas por parte do Estado, como o combate às atividades ilegais e o fortalecimento da Política Nacional de Gestão Ambiental e Territorial das TIs. Os resultados dessa pesquisa podem auxiliar na priorização de ações em determinadas TIs, gerando conhecimento sobre as contribuições das dimensões subjacentes do indicador para o direcionamento de políticas, de acordo com o perfil de vulnerabilidade de cada TI.
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