Estudo analisa o fenômeno conhecido como “greening” e a eficiência no Uso da Água durante um período de alta frequência de secas no semiárido brasileiro
Foto da Capa: Área do Estudo
Pesquisadores da DIIAV-CGCT do INPE analisam oito sítios de mata nativa preservada nos últimos 20 anos, no semiárido brasileiro e os resultados sugerem que ao contrário de outros semiáridos no mundo, e devido ao aumento de frequência de secas extremas e excepcionais no nordeste brasileiro, o efeito de greening (fertilização da vegetação pelo CO2) ocorreu apenas em dois sítios que tem condições climáticas menos desfavoráveis. O greening tem papel relevante para o sumidouro de carbono nos semiáridos. Saiba mais na descrição abaixo e no link da publicação.
O fenômeno conhecido como “greening” que é a fertilização da vegetação pelo CO2 atmosférico, tem sido observado em diversos semiáridos no mundo como na Austrália, África e Estados Unidos. A questão levantada por este estudo, é de que este fenômeno também estaria ocorrendo no semiárido brasileiro, mesmo diante da intensidade das secas.
Para este estudo foram escolhidos oito áreas no nordeste brasileiro que tenham tido uma preservação de mata nativa pelo menos nos últimos 20 anos. Foram analisadas para essas áreas, principalmente o índice de área foliar, a produtividade da vegetação e a eficiência do uso da água pela vegetação.
Foram também analisados dados de precipitação para o período de 1961-2022. Foi aplicado um índice seca para esses dados.
Os resultados mostraram um drástico aumento da frequência de secas de intensidade extrema e excepcional entre 2001-2020.
Entre os oito sítios de nosso estudo, foram observados o efeito de “greening” em apenas dois deles. Nos demais, há uma diminuição no índice de área foliar e de produtividade. A eficiência do uso da água, uma característica de adaptação da vegetação da Caatinga, foi observada, o que pode ter possibilitado alguma resiliência, apesar de que nos lugares mais afetados, essa eficiência foi apenas pontual.
Este estudo sugere, que ao contrário de outros semiáridos no mundo, não ocorreu o efeito de “greening” no semiárido brasileiro. O efeito de “greening” tem importante contribuição no sumidouro do carbono para os semiáridos, de uma forma geral.
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