Emissões de carbono da Amazonia dobraram principalmente devido ao declínio na aplicação das Leis de proteção ambiental
(titulo em inglês: Increased Amazon carbon emissions mainly from decline in law enforcement)
https://www.nature.com/articles/s41586-023-06390-0
Um estudo realizado pela equipe do Laboratório de Gases de Efeito Estufa (LaGEE) do INPE (Instituto de Pesquisas Espaciais), liderado pela cientista Luciana V. Gatti, em parceria com vários pesquisadores do INPE, responsáveis pelo estudo de desmatamento (PRODES), queimadas (BD Queimadas), da DIIAV e DIOTG e equipe da UFMG (Politicas de desmatamento) verifica o efeito na Amazonia do desmantelamento das políticas públicas de controle do desmatamento durante os 2 primeiros anos no governo passado (2019-2020).
Principais resultados:
Nos primeiros 2 anos do governo passado (2019 e 2020) foi observado:
– Aumento de 122% nas emissões de CO2;
– Aumento de 80% no desmatamento;
– Aumento de 42% nas áreas queimadas;
– Aumento de 693% na exportação de madeira bruta saindo da Amazonia
– Aumento de 68% na área plantada de soja
– Aumento de 58% na área plantada de milho
– Aumento do rebanho bovino de 13% dentro da Amazonia, enquanto diminuiu no resto do Brasil.
Para verificar as consequências do aumento do desmatamento e queimadas na emissão de carbono na Amazonia, foi realizado um estudo comparativo entre a media das emissões de CO2 no período de 2010 a 2018 e os anos de 2019 e 2020.
O estudo foi baseado em coletas em 4 localidades da Amazonia, representando em torno de 80% da Pan-Amazônia. Foram realizados 742 voos com avião de pequeno porte (coletas em perfil vertical), calculados o desmatamento e queimadas nas áreas de influencia das regiões coletadas, e quantificada as ações de controle e punição do desmatamento. Além disso, também foi determinado quais atividades econômicas foram responsáveis pela perda florestal: a exportação de madeira bruta, área plantada de soja e milho e rebanho bovino.
Foi encontrado aumento nas emissões de CO2 de 89% e 122%, para os anos de 2019 e 2020. Este aumento foi devido principalmente as emissões no lado oeste da Amazonia, região mais preservada ate 2018. Para entender este resultado, foram convidados os colegas do PRODES/DETER (INPE), para verificar as regiões onde ocorreram os maiores aumentos de desmatamento, uma vez que foi observado um aumento muito grande de emissões no lado oeste da Amazônia, anteriormente mais preservado. Eles produziram mapas da diferença do desmatamento em 2019 e 2020 com a média 2010-2018, por área 1˚x1˚. O aumento de desmatamento em 2019 foi 82% e em 2020 foi 77%. Com as queimadas teve um aumento de 14% em 2019 na área queimada e 42% em 2020. Enquanto as multas reduziram 30% e 54%, e os pagamentos das multas reduziram em 74% e 89% respectivamente.
Contato (telefone e whatsapp): Luciana Gatti (12) 996445660
Autores:
Luciana V. Gatti1,2*, Camilla L. Cunha1, Luciano Marani1, Henrique L. G. Cassol1, Cassiano Gustavo Messias 1, Egidio Arai1, A. Scott Denning3, Luciana Soler1, Claudio Almeida1, Alberto Setzer1, Lucas Gatti Domingues2,4, Luana S. Basso1, John B. Miller5, Manuel Gloor6, Caio S. C. Correia1,2, Graciela Tejada1, Raiane A. L. Neves1, Raoni Rajao7, Felipe Nunes7, Britaldo S.S. Filho7, Jair Schmitt7, Carlos Nobre8, Sergio M. Corrêa9, Alber H. Sanches1, Luiz E. O. C. Aragão1, Liana Anderson10, Celso Von Randow1, Stephane P. Crispim1, Francine M. Silva1, Guilherme B.M. Machado1
1General Coordination of Earth Science (CGCT), National Institute for Space Research (INPE), São José dos Campos, Brazil.
2Nuclear and Energy Research Institute (IPEN), São Paulo, Brazil.
3Colorado State University; CO, USA
4National Isotope Centre, GNS Science, Lower Hutt, New Zealand
5National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), Boulder, CO, USA
6University of Leeds, School of Geography, Leeds, UK;
7Universidade Federal de Minas Gerais; Belo Horizonte, Brasil
8USP – University of São Paulo, IEA, São Paulo, Brazil;
9Rio de Janeiro State University (UERJ), Rio de Janeiro, Brazil;
10CEMADEN, São Jose dos Campos, Brazil;
*luciana.gatti@inpe.br or lvgatti@gmail.com
Redes Sociais