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Artigo publicado na Climate Dynamics, com participação da DIIAV/CGCT, mostra padrões atmosféricos e de superfície para anos de início da estação chuvosa adiantado e atrasado na América do Sul

O início da estação chuvosa é uma informação importante para o gerenciamento da produção agropecuária e para a gestão dos recursos energéticos e hídricos no Brasil, porém mesmo com vários avanços científicos alcançados ao longo dos anos, a previsão do início da estação chuvosa ainda é um desafio para a modelagem numérica. Neste sentido, em um estudo publicado em março de 2022, pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), da
Divisão de Impactos, Adaptação e Vulnerabilidades (DIIAV) e da
Divisão de Modelagem Numérica da Terra (DIMNT) da Coordenação Geral de Ciências da Terra (CGCT), em colaboração com pesquisadores da Universidade de Leeds analisaram como os padrões atmosféricos e de superfície são afetados em diferentes casos de início da estação chuvosa: adiantado, neutro e atrasado. Os resultados das análises foram publicados na revista científica Climate Dynamics.

No trabalho foram utilizados dados de reanálise e de satélite para realizar uma avaliação estatística de composição que ressaltou os padrões atmosféricos e de superfície dos inícios adiantado, neutro e atrasado da estação chuvosa. As ilustrações resumem as principais diferenças identificadas nas condições atmosféricas e de superfície para os anos em que o início da estação chuvosa ocorreu adiantado e para os anos em que ocorreu atrasado. Quando o início da estação chuvosa foi adiantado, no padrão atmosférico foi observada uma maior redução da pressão em superfície sobre a área centro-leste da América do Sul (área azul na Figura 1a), onde o transporte de umidade vindo da região Amazônica também estava mais intenso (seta vermelha). Estas características contribuíram para o aumento da precipitação e até para a configuração da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Na área centro-leste da América do Sul, as condições de superfície também contribuíram para o início adiantado da estação chuvosa, uma vez que foram observadas condições mais úmidas e frias (área azul na Figura 1c). Quando o início da estação chuvosa foi atrasado, o padrão atmosférico observado foi de aumento da precipitação no noroeste da América do Sul (nuvens na Figura 1b) e a ZCAS se posicionou mais ao norte no continente. Foi identificada a configuração de um sistema de alta pressão (A na Figura 1b) em setembro entre 40°–60° S e 60°–30° W, associada a um bloqueio, que contribuiu para o atraso do início da estação chuvosa no centro-leste da América do Sul. Assim, condições mais secas e quentes na superfície foram observadas sobre esta mesma área no início atrasado da estação chuvosa (área em vermelho na Figura 1d).

Figura 1. Esquema ilustrativo dos parâmetros da atmosfera e da superfície quando o início da estação chuvosa foi adiantado (a, c) e quando foi atrasado (b, d).

O estudo foi originado de uma parte da dissertação de mestrado da aluna Isabella Talamoni sob orientação dos pesquisadores Iracema F.A. Cavalcanti e Paulo Kubota. Além disso, o estudo foi desenvolvido em uma colaboração entre a Divisão de Modelagem Numérica da Terra (DIMNT), a Divisão de Adaptação, Impactos e Vulnerabilidades (DIIAV) e o Programa de Pós-Graduação em Meteorologia (PGMET), do INPE. A primeira autora contou com a concessão de bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) do projeto “Desenvolvimento dos processos físicos da componente atmosférica do BESM e sua validação para o clima presente”, número 88887.354679/2019-00.

Referência do artigo

“Surface and atmospheric patterns for early and late rainy season onset years in South America”

Climate Dynamics. March 2022.

Autores: Isabella Talamoni L., Iracema F. A. Cavalcanti, Paulo Y. Kubota, Dayana C. de Souza, Jessica C. A. Baker, Rita M. S. P. Vieira

Link: https://doi.org/10.1007/s00382-022-06234-z