Variabilidade de chuvas no Brasil será maior no futuro, sugere artigo
Artigo recém publicado no International Journal of Climatology (Assessment of rainfall variability and future change in Brazil across multiple timescales – Avaliação da variabilidade da precipitação e mudanças futuras no Brasil em várias escalas de tempo) sugere que o Brasil experimentará mais variabilidade de chuvas no futuro, ou seja, períodos secos mais secos e períodos úmidos mais úmidos, em escalas de tempo diárias, semanais, mensais e sazonais. O trabalho, liderado pelo pesquisador Lincoln Alves, do INPE, foi realizado com o objetivo de investigar futuras mudanças no regime de chuvas no Brasil.
A mudança na variabilidade da precipitação sob o aquecimento global é uma questão crucial com impacto substancial na sociedade e no meio ambiente, uma vez que pode influenciar diretamente a biodiversidade, a agricultura e os recursos hídricos. As tendências de precipitação observadas e as projeções de mudanças climáticas no Brasil indicam que muitos setores da sociedade são potencialmente altamente vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas.
Para o estudo, foram usados dados diários de 30 modelos CMIP5 para experimentos históricos (1900–2005) e futuros (2050–2100) em um cenário de alta emissão. Os autores avaliaram a mudança na variabilidade da precipitação, aplicando um filtro band-pass para isolar a variabilidade nas escalas de tempo diária, semanal, mensal, intra-sazonal e El Niño de Oscilação Sul (ENSO).
Para o clima histórico, a precipitação simulada foi avaliada em relação às observações para estabelecer a confiabilidade do modelo. Os resultados mostram que os modelos concordam amplamente com aumentos na variabilidade em todas as escalas de tempo em todas as sub-regiões, exceto nas escalas de tempo ENSO, onde os modelos não concordam sobre o sinal de mudança futura.
Os resultados do trabalho podem fornecer informações úteis para a adaptação às mudanças climáticas, por exemplo, nos setores de agricultura e recursos hídricos no Brasil.
O estudo foi desenvolvido no âmbito do projeto Brazil Climate Science for Service Partnership (CSSP) com colaboração do Met Office, Reino Unido e do Bureau of Meteorology (BOM), Austrália.
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o autor: lincoln.alves@inpe.br
https://rmets.onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/joc.6818
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