Artigo intitulado: “Uma comparação de mapas globais de manguezais”, é publicado na Science of The Total Environment com a participação de pesquisador da DIIAV/CGCT-INPE
O artigo intitulado “A comparison of global mangrove maps: assessing spatial and bioclimatic discrepancies at poleward range limits” foi liderado por Arimatéa C. Ximenes, aluno egresso do mestrado da PGSER, atualmente atua como cientista no Centro Internacional de Pesquisas Florestais, CIFOR – Indonésia e com a participação de pesquisadores de várias partes do mundo: Kyle Cavanaugh (University of California, Los Angeles – USA), Damien Arvor (Centre National de La Recherche Scientifique – France), Daniel Murdiyarso (CIFOR – Center for International Forestry Research – Indonesia e IPB University,Bogor, Indonésia), Nathan Thomas (University of Maryland e NASA Goddard Space Flight Center – USA), Gustavo F. B. Arcoverde (DIIV/INPE – Brasil), Polyanna Bispo (The University of Manchester – UK) também aluna egresso da PGSER e Tom Van der Stocken (Vrije Universiteit Brussel – Bélgica).
O artigo foi publicado online em novembro de 2022 na revista Science of The Total Environment da editora Elsevier, de fator de impacto 10.75 e QUALIS A da CAPES em biodiversidade, geociências, ciências ambientais e geografia.
Existem diversos mapas globais de manguezais que foram derivados de diferentes produtos de sensoriamento remoto e métodos de classificação, portanto, existem algumas discrepâncias entre esses mapas, especialmente em relação aos locais de seus limites latitudinais de alcance.
Os mapas globais de distribuição e extensão dos manguezais são usados para uma variedade de aplicações, desde estimativas de extensão do mangue, taxas de desmatamento, quantificação de estoques de carbono, até modelagem de resposta à mudança climática.
Nós investigamos as discrepâncias latitudinais nos limites dos manguezais representados por esses mapas globais e como essas diferenças se traduzem climatologicamente. Os fatores climáticos conhecidos por controlar a distribuição das espécies de mangue foram considerados.
Comparamos quatro mapas globais de distribuição de manguezais amplamente utilizados: o primeiro Atlas Mundial de Manguezais, o segundo Atlas Mundial de Manguezais, o mapa Global de Distribuição dos Manguezais (Global Distribution of Mangroves), o e mais recente Global Mangrove Watch.
Examinamos as diferenças no clima entre 21 posições de limite de alcance, analisando um conjunto de variáveis bioclimáticas que têm sido comumente relacionadas à distribuição das espécies de mangue. Os mapas globais de manguezais mostram discrepâncias importantes na posição dos limites de distribuição em direção aos pólos. As diferenças latitudinais entre os limites da faixa de mangue nos conjuntos de dados excedem 5°, 7° e 10° no oeste da América do Norte, oeste da Austrália e norte da África Ocidental, respectivamente. Em algumas áreas de limite de distribuição, como o Japão, as discrepâncias na posição dos limites de distribuição de mangue em diferentes conjuntos de dados correspondem a diferenças superiores a 600 mm na precipitação anual e >10°C na temperatura mínima do mês mais frio.
A pesquisa conclui que as diferenças no mapeamento dos limites da distribuição dos manguezais em diferentes partes do mundo podem comprometer as inferências dos limites climáticos. Esperamos que os esforços de mapeamento global devam priorizar a posição dos limites de alcance com maior precisão, idealmente combinando dados de pesquisas de campo e dados de sensoriamento remoto de alta resolução. Uma representação precisa dos limites da distribuição contribuirá para uma melhor previsão da dinâmica da distribuição dos manguezais e alterações em resposta às mudanças climáticas.

Os quatro mapas globais de extensão de manguezais considerados neste estudo com os limites de distribuição da Avicennia sp (círculos pretos) e Rhizophora sp (círculos laranja). O primeiro Atlas Mundial de Manguezais (WAM-1), o segundo Atlas Mundial de Manguezais (WAM-2), o mapa Global de Distribuição dos Manguezais (GDM), e o mais recente Global Mangrove Watch (GMW).

Global map showing the position of poleward mangrove range limits in 21 regions, asidentified in four widely used global mangrove distribution maps.
Link
https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2022.160380
Citação
Ximenes, A.C. Cavanaugh, K.C. Arvor, D.; Murdiyarso, D.; Thomas, N.; Arcoverde, G. F. B.; Bispo, P. C.; Van der Stocken, T. A comparison of global mangrove maps: Assessing spatial and bioclimatic discrepancies at poleward range limits, Science of the Total Environment (2022), https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2022.160380
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