Novas funcionalidades do painel do TerraBrasilis: Sala de situação da Amazônia (AMS)
Novas funcionalidades do painel do TerraBrasilis: Sala de Situação da Amazônia (AMS) – Quem está desmatando em diferentes lugares?
A ferramenta Terrabrasilis-AMS (Sala de Situação da Amazônia), que pode ser acessada no endereço http://terrabrasilis.dpi.inpe.br/ams/, oferece informações adicionais para o entendimento dos processos de desmatamento, degradação florestal, mineração e corte-seletivo em curso na Amazônia. A ferramenta permite agora visualizar em quais categorias fundiárias cada processo está acontecendo e como varia no espaço e tempo.
Em sincronia com a produção dos dados do DETER, a ferramenta já permitia acompanhar de forma sinótica os diferentes tipos de alertas agregados por diferentes unidades espaciais: células regulares, estados ou municípios. Permite ainda ao usuário destacar um número escolhido de unidades com os maiores valores dos indicadores dos processos mapeados pelo DETER. A atualização da ferramenta, liberada agora, permite ao usuário obter um perfil da unidade espacial escolhida, mostrando as categorias fundiárias onde os alertas ocorrem naquela unidade, e como o valor do indicador (por exemplo, área total dos alertas de desmatamento) tem variado no tempo. Com mais essas funcionalidades, a TerraBrasilis-AMS pode apoiar ainda mais o planejamento de ações adequadas considerando o tipo de ator envolvido e também as áreas de maior concentração de eventos.
Exemplo 1: o perfil do desmatamento no Estado do Pará no último mês
Tomando como exemplo o padrão espacial do desmatamento corte-raso, agregado por Estado e por mês até 11 de fevereiro de 2022 (última data com dados públicos no momento dessa nota), temos o seguinte perfil para o Estado do Pará:
Os gráficos apresentam a evolução temporal do desmatamento, agregado mensalmente, no Estado. Também mostram que no último período, os 73,7 km2 ocorreram principalmente em três categorias fundiárias: Cadastro Ambiental Rural (CAR), Área de Proteção Ambiental (APA) e Assentamentos.
Exemplo 2: comparando dois Municípios
Tomando como segundo exemplo o padrão espacial do desmatamento corte-raso na última semana da análise (5 a 11 de fevereiro de 2022), quando os alertas do DETER são agregados por Municípios, vemos que os dois municípios que mais desmataram foram Apuí, no Amazonas, e Feliz Natal, no Mato Grosso. O perfil desse processo, para cada um dos Municípios é ilustrado na figura abaixo. É possível ver que em Feliz Natal 98,7% do desmatamento nesta semana ocorreu em áreas com registro no CAR. Já em Apuí, 75% do desmatamento ocorreu em áreas de Assentamentos.
Veja um pequeno vídeo apresentando como utilizar a nova funcionalidade: Link para video.
Dados de categorias fundiárias
Para incluir a informação da ocorrência em diferentes categorias fundiárias, um mapa consolidado dessas categorias foi criado combinando informações de diversas fontes. Como existem muitas incertezas e sobreposições entre os dados fundiários, para poder atribuir um dado ponto de desmatamento a uma só categoria, adotamos a seguinte regra de prioridade:
- Terras Indígenas – TI: tem prioridade em caso de sobreposição com qualquer outra categoria fundiária.
- Unidades de Conservação – UC ,de todos os tipos, com exceção das APAs: tem prioridade em caso de qualquer sobreposição com Assentamentos, APAs, CAR e FPND.
- Assentamentos (projetos de Assentamentos de todos os tipos): tem prioridade em casos de sobreposição com APAs, CAR, FPND.
- Área de Proteção Ambiental – APA (tipo de UC que permite a existência de propriedade privada): tem prioridade sobre os CAR existentes no seu interior.
- CAR (incluindo superposições FPND, indefinido)
- Florestas Públicas não destinadas – FPND
- Indefinido
Na definição das categorias acima foram combinados dados das esferas Federal e Estadual quando disponíveis. A equipe do AMS irá periodicamente atualizar a base de dados a partir de contatos com os órgãos Estaduais e Federais que produzem as informações sobre as categorias fundiárias.
O que é o AMS/TerraBrasilis?
O AMS/Terrabrasilis foi desenvolvido no contexto do Programa de Monitoramento da Amazônia e Demais Biomas (PAMZ+) do INPE. O PAMZ+ opera os projetos Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (PRODES) e o Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (DETER), que utilizam imagens de sensoriamento remoto para acompanhar alterações na cobertura florestal na região. Os dados gerados no PRODES e no DETER podem ser livremente acessados no portal TerraBrasilis, que apresenta os dados de mapeamentos, bem como painéis com relatórios e gráficos que sumarizam as informações e permitem a sua utilização diretamente no ambiente da internet.
O AMS/TerraBrasilis possibilita a visualização sinótica de indicadores de áreas críticas do desmatamento, degradação florestal, corte-seletivo e mineração, integrando os alertas do sistema DETER. Os indicadores são atualizados diariamente com base nos alertas do sistema DETER. O objetivo principal da ferramenta é subsidiar o planejamento de ações de fiscalização pelas instituições responsáveis, tanto no nível federal quanto estadual. A ferramenta aberta e gratuita também permite que a sociedade como um todo entenda a complexidade e heterogeneidade dos processos em curso na Amazônia e demande soluções adequadas para conter a devastação do bioma.
Origem do TerraBrasilis/AMS
A ferramenta AMS/TerraBrasilis nasceu de uma colaboração científica entre pesquisadores do INPE e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (SEMAS-PA). Ela está em teste e aprimoramentos pela SEMAS-PA e o Centro de Monitoramento Ambiental do IBAMA (CENIMA/IBAMA) desde maio de 2021.
Veja o vídeo do lançamento do Terrabrasilis/AMS no MundoGeo em 2021: https://www.youtube.com/watch?v=Vslq7xflbtc&t=1449s
Próximos Passos
A funcionalidade do AMS será replicada para o bioma Cerrado, utilizando os dados do DETER Cerrado. Tanto para a Amazônia quanto para o Cerrado, iremos incluir um indicador de número de focos de calor detectados pelo Sistema Queimadas do INPE. Além disso, estamos trabalhando também no desenvolvimento de indicadores de risco futuro de curto e médio prazo.
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