Regeneração natural em floresta secundária na Amazônia pode ajudar a compensar os impactos climáticos do desmatamento, mostra estudo do INPE
Trabalho publicado por autores da nova Divisão de Impactos, Adaptação e Vulnerabilidades (DIIAV) do INPE mostrou que a regeneração natural em floresta secundária na Amazônia pode ajudar a compensar os impactos do desmatamento no clima.
Estudos recentes mostram que a floresta secundária desempenha um papel importante para mitigar os impactos das mudanças de uso e cobertura do solo no balanço hídrico na Amazônia, resultantes do desmatamento. Devido à sua alta transpiração em relação às pastagens, e até mesmo em relação às florestas nativas, as florestas secundárias podem contribuir com a reciclagem de umidade da região Amazônica, e também, podem compensar parte das emissões de desmatamento ao reabsorver o carbono emitido.
O aspecto inovador deste estudo foi medir pela primeira vez os fluxos de água e carbono sobre uma floresta secundária através do método de eddy covariance. Os resultados foram comparados com uma floresta primária da mesma região. As taxas de evapotranspiração foram até 20% maiores na floresta secundária que na floresta primária. A produção primária bruta na floresta secundária (quantidade bruta de carbono retirado da atmosfera) também foi maior que na floresta primária, no entanto, em uma porcentagem menor (5%).
Apesar de desempenhar esse papel importante na ciclagem de umidade e reabsorção de carbono, é fundamental que consideremos a floresta secundária como uma aliada para minimizar os impactos do desmatamento, mas nunca uma substituta da floresta primária, já que esta última absorve carbono com maior eficiência em relação ao uso da água, e sua manutenção garante a continuidade dos serviços ecossistêmicos da região.
O trabalho pode ser acessado em https://authors.elsevier.com/a/1bcOkcFXJWMrY
Foto: Figura do artigo: Figura mostra a série temporal de ET, Produtividade Líquida do Ecossistema (NEP) – que é o negativo de NEE, mostrado aqui para apresentar a absorção líquida de carbono da vegetação como valores positivos – e GPP observado em ambos os locais, como médias de corrida centradas em 31 dias.
Redes Sociais